Bom começo de semana à todos. Enviei a newsletter de hoje na segunda para poder trazer qualquer update sobre a saúde dos membros da Casa Branca.
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Resumo do Mercado - Nos EUA, a notícia repentina na noite de quinta pra sexta que o presidente Trump contraiu COVID serviu como balde de água fria ao que vinha sendo uma semana promissora do mercado. O congresso aprovou um pacote fiscal que não deve passar no senado mas as negociações entre Casa Branca e Democratas continuam. No Brasil o medo de um desarranjo fiscal tem derrubado lentamente a bolsa da casa dos 100 mil pontos aos 94 mil. A curva de juros “está nervosa” avaliando possibilidade de aumento na SELIC devido à possibilidade de furo ao teto de gastos.
Filme da semana: No Brasil o fiscal é o problema: Parte 171.
Dólar subiu 0,25% para R$5,67 no pregão de sexta.
Índice Pontos Mudança %
DJIA 27682.81 | -134.09 | -0.48%
S&P 500 3348.44 | -32.36 | -0.96%
Nasdaq Composite 11075.02 | -251.49 | -2.22%
Bovespa 94015.68 | -1462.84 | -1.53%
Política
Debate
O primeiro debate presidencial realizado na terça, dia 29, pôde ser definido com uma palavra: caos.
A opinião unânime da mídia, telespectadores, e até das equipes do presidenciáveis, foi de um debate turbulento e caótico com interrupções frequentes, especialmente do Presidente Trump. O moderador Chris Wallace, da Fox News, não conseguiu manter o controle necessário da situação.
Pouco foi discutido em termos de propostas concretas, ou pelo menos o “barulho” foi tanto que foi impossível analisar. Tampouco houve nenhuma situação onde um dos candidatos pode dar uma “cravada” no outro para movimentar as redes sociais.
O momento de maior importância do debate foi quando Wallace perguntou se Trump iria condenar grupos de supremacia branca que apoiam o presidente. O candidato disse que iria mas suas palavras não foram claras e incisivas. Ele disse que grupos como os “Proud Boys” deveriam “Stand back and stand down”.
O comentário ambíguo e pouco enfático trouxe forte criticismo da mídia, de congressistas e senadores tanto democratas como republicanos e da sociedade americana, que vive um complicado período de tensões raciais. Os Proud Boys em fóruns na internet celebraram o comentário como um “dog whistle”, ou seja, um reconhecimento. Trump e sua equipe enfatizaram a crítica a estes grupos nos dias após o debate.
Enquetes com telespectadores mostraram que a maioria achou que Biden venceu o debate. O democrata lidera a corrida presidencial de acordo com as enquetes mais recentes.
Pegou
O COVID chegou na Casa Branca. Em uma semana triste nos EUA, onde o país chegou há 200 mil mortos e o número de casos voltou a subir em meio a reaberturas, o poder executivo não escapou da doença.
Hope Hicks, conselheira de Trump, foi a primeira diagnosticada com a doença. Na quinta o presidente Trump, a primeira dama Melania, além de outros membros da Casa Branca testaram positivo. A especulação é que evento no sábado passado para nomeação à suprema corte da juíza Amy Coney Barrett teria sido a origem da propagação do vírus.
Créditos New York Times
O médico da Casa Branca anunciou no sábado que o presidente passava bem após ser levado ao hospital militar Walter Reed em Washington na sexta-feira. Segundo o Doutor Conley o presidente se recupera da doença após dose do anticorpo experimental da farmacêutica Regeneron.
No sábado houve um momento de incerteza e dúvida quando o chefe de gabinete Mark Meadows foi pego dizendo aos jornalistas que cobrem a Casa Branca que o presidente estava mal da saúde e com sinais vitais prejudicados. Nova aparição do médico da Casa Branca no domingo e vídeos de Trump mostram melhoras no quadro de saúde e acalmaram incertezas.
Não seria 2020 se várias conspirações não circulassem nas redes sociais. A mais popular é que Trump está fingindo o diagnóstico para trazer simpatia para si depois de um debate onde sua performance foi questionável e do escândalo de seu imposto de renda revelado pelo New York Times no domingo passado.
Dado que diversos outros membros do seu gabinete estão enfermos e que a resposta da Casa Branca tem sido bem confusa é difícil acreditar que isto tenha sido premeditado.
Melhoras ao presidente e que ele recupere sua saúde o mais rápido possível.
Para terminar, os EUA ativaram protocolos de emergência militar e “avisaram” o mundo inteiro sobre isso.
O avião E-6 Mercury foi visto no radar civil por alguns momentos na sexta-feira. Existem alguns aviões desse modelo e pelo menos um deles está sempre no ar. O E-6 serve como comando estratégico de lançamento de mísseis nucleares caso os EUA sofram um ataque e precisem retalhar mas o comando terrestre esteja incapacitado. Mostrá-lo nos radares por alguns minutos foi uma maneira de sinalizar que as forças armadas estavam em alerta máximo.
#medo
COVID nos EUA
Read above.
Tecnologia
Google Hardware
Nas últimas semanas acompanhamos os lançamentos de produtos das principais empresas de tecnologia e não foi por acaso. O mês de setembro é conhecido por ser o hardware month.
O Google não iria ficar de fora. A principal novidade da empresa foi o anúncio dos smartphones da linha Pixel com compatibilidade 5G e preço relativamente acessível.
O Pixel 5 sai por $699 e o Pixel 4a por $499. Os iPhones e Samsung Galaxy estão na casa dos $1000.
Tudo junto
A partir desta semana o Facebook começa a integrar os serviços de mensagem do Messenger com o Direct Message do Instagram. Ou seja, você pode enviar mensagens para plataformas diferentes. O próximo passo será integrar estes dois serviços com o Whatsapp.
Essas medidas servem dois propósitos. O Facebook quer transformar sua rede social em uma plataforma de e-commerce. Para vendedores, comunicar com usuários das 3 redes sociais com uma só plataforma é obviamente uma vantagem. Mas o real motivo é integrar os serviços do Facebook o máximo possível para tornar mais difícil um caso antitruste contra a empresa que force sua separação.
Operação Inovação
Um problema para agências do governo nos EUA é reter as melhores mentes trabalhando pro governo devido à disparidade de salários entre o setor público e privado para certas posições em muita demanda.
Para contornar este problema a CIA resolveu inovar e criou o CIA Labs. Com isso ela vai permitir que os engenheiros da agência detenham parte dos direitos comerciais de patentes e dividam o lucro com a agência por certas inovações que sejam comercializadas. Os agentes poderão receber até $150 000 anualmente.
A agência também possui seu próprio fundo de Venture Capital, a In-Q-tel.
Deu ruim
Há algumas semanas falei sobre a empresa de carros elétricos Nikola Motors. A empresa tinha acabado de fechar uma parceira no valor de $2 bilhões com a General Motors.
As coisas mudaram um pouco…
A empresa foi acusado de fraude pelo grupo de short-sellers Hindenburg. Depois disso a SEC (CVM americana) anunciou sua própria investigação.
Trevor Milton, o fundador, CEO e diretor do Conselho, anunciou sua resignação de todos os cargos. Ele também foi acusado de assédio sexual. Além disso a empresa confirmou que não desenvolveu o design do carro, comprou de um designer croata, e que não fabrica todas as peças que vão no veículo como havia dito anteriormente.
Para coroar a semana a GM está revendo a parceria e tem o direito de terminar o acordo.
E ai, como foi sua semana?
Negócios
Qui-cilada
Uma análise da startup Quibi.
Quem já faz aula de empreendedorismo, e melhor ainda, quem já empreendeu, sabe o primeiro fundamento do empreendedorismo: você precisa resolver alguma problema do seu cliente ou consumidor.
Raros são os produtos de sucesso que escaparam dessa realidade. Quando o Steve Jobs lançou o iPhone ninguém sabia que precisava de um Smartphone. Ele criou a solução para um problema que você não sabia que tinha. Mesmo assim é possível analisar o iPhone como a integração de vários problemas de 2007 (calculadora, celular, mensagens de texto, etc) em um só aparelho.
Mas o que isso tem a ver?
Aconteceu uma coisa chata lá em Los Angeles, pessoal... Torram (quase) R$ 5 bilhões.
Quibi, uma empresa que lançou seus serviços no dia 6 de abril em plena pandemia chamada anunciou que está em busca de soluções estratégicas.
Soluções estratégicas = linguagem de negócios para estamos ferrados.
Quibi é uma plataforma de streaming de vídeos feitos para o celular. Os episódios são curtos, entre 6 e 15 minutos, e quando você gira a tela o ângulo da cena também muda. A plataforma desenvolvida com mais de $1.75 bilhão em financiamento de venture capital e estúdios de Hollywood contou com nomes de peso para produzir seu conteúdo.
Os executivos que lideram a empresa tem currículos invejáveis. O fundador é executivo de cinema Jeffrey Katzenberg, foi conselheiro da Disney onde supervisionou a produção do Rei Leão, Aladdin, Pequena Sereia e fundador da Dreamworks onde produziu filmes como Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda. A CEO é Meg Whitman, ex-CEO do eBay e Hewlett Packard e com passagens por DreamWorks, Procter & Gamble (P&G), e Hasbro.
As séries da plataforma contaram com atores famosos como Jennifer Lopez, Kristen Bell, Liam Hemsworth, o ganhador de Oscar Christopher Waltz, Laurence Fishburne e muitos mais.
Claramente os executivos e os atores não foram o problema. Tampouco foi a qualidade do conteúdo. A empresa recebeu 10 nomeações para os Emmy Awards e levou dois “canecos” pra casa.
Mas cá estamos, buscando soluções estratégicas. Surgiram opções como uma venda da empresa para outro estúdio, nova rodada de financiamento ou licenciar o conteúdo produzido para outras plataformas. O número estimado de assinantes até o final do ano é de menos de 2 milhões, muito abaixo dos 7,4 milhões que eram esperados. A empresa ainda possui caixa e não corre risco de fechar as portas, pelo menos até meados de 2021 de acordo com o WSJ. No entanto a reportagem menciona como já começaram a cortar shows com poucas visualizações e executivos reduziram seus salários.
O que deu errado na opinião dos executivos? O coronavírus. A aposta do Quibi era que as pessoas assistiram a programação no metrô indo e vindo do trabalho, durante o almoço corrido de semana e outra situações corriqueiras do pré-pandemia. O nome Quibi é uma referência a isso (quick + bite).
É indiscutível que isso foi um fator. Mas não acho que tenha sido só isso.
O que deu errado na minha opinião? Eles desenvolveram uma solução para um problema inexistente e que competia com produtos mais engajadores. Na proposta de ocupar o tempo por menos de 15 minutos o público alvo, os jovens de uma geração mobile-first, estão acostumados a usar Instagram, TikTok e YouTube. Todos de graça por sinal.
Além disso, acho que no que se trata ao conteúdo voltado para o celular estamos acostumados a engajar e ser participativos. Dar likes, compartilhar, criar parte do conteúdo ao postar fotos e memes, enfim. Nada disso estava disponível no Quibi.
Os artistas, influencers e criadores de conteúdo focados para o celular celular tendem a ser menos famosos e mais “gente como a gente”. Termo usado em inglês é que o criador de conteúdo mobile é alguém relatable.
Também faltou combinar com a concorrência. A guerra de serviços de streaming conta com Netflix, Amazon Prime, HBO Max, Hulu, Disney+ e algumas outras. Briga de cachorro grande.
E vocês, sem conhecer o produto, o que acham?
Curtiram essa análise de startups? Deveria fazer mais destas? Deixe um comentário ou mande email com sugestões de empresas!
Créditos: Quibi
Venture Capital
Sucesso Brasileiro
A VTEX, empresa carioca, anunciou rodada de financiamento onde levantou $225 milhões em uma valuation de $1.7 bilhão. Nada mal para uma empresa de software brasileira!
A VTEX desenvolve soluções digitais para empresas que buscam transformar suas operações físicas em e-commerce com a necessária infraestrutura digital. A receita da empresa cresceu 114% no último ano e a empresa processou mais de $8 bilhões em pagamentos por meio de seus sistemas. A empresa está expandindo do Brasil para o resto da américa do sul.
Sucesso ao time!
Jogo de criança
A Roblox anunciou planos para seu IPO no começo do ano que vem. A empresa almeja um valuation de $8 bilhões, dobro da sua última rodada de financiamento privado em fevereiro.
A Roblox é uma plataforma de jogos para crianças e adolescentes que permite que os pequenos criem seus próprios jogos, personagens e fases dentro desse mundo. Mais de 110 milhões de pessoas jogam na plataforma todo mês segundo comunicado da empresa. Esse número é anterior a pandemia que impulsionou o número de gamers cresceu em todos os setores demográficos.
Uber carga
Desde o sucesso inicial do Uber, plataforma que popularizou o gig work, uma expressão se tornou muito comum: uma empresa é a Uber para X. Ou seja, a empresa é uma plataforma que conecta consumidores com um trabalhador temporário exercendo papel de prestador de serviço. Vimos isso com delivery de comida (rappi, iFood), manicure (Singu) e tantas outras.
Uma empresa que almeja ser o Uber no setor de fretes e transporte de cargas acaba de levantar $500 milhões em um valuation de $3.3 bilhões. A empresa? Uber Freight.
Talvez você não sabia que o Uber tinha um divisão de caminhões e cargas mas essa subsidiária vem crescendo. O faturamento dessa divisão já corresponde a aproximadamente 10% da Uber.
A rodada de financiamento da subsidiária permite que a Uber conserve capital em um mundo em que poucas pessoas se sentem confortáveis pegado uma carona com um estranho e dá oxigênio para que uma divisão promissora e que vem crescendo.
Conversa de Bar
Podcast com Musk
“A inteligência artificial não precisa nos odiar e ser malvada para nos destruir. Seríamos algo como um um formigueiro. Ninguém normal chuta e maltrata o formigueiro mas ele é irrelevante quando queremos construir uma estrada.”
Confira esse frase e outras mais em podcast de Kara Swisher com Elon Musk.
Cubo
Existem 43 quintilhões de combinações possíveis no cubo mágico. O recorde de velocidade é resolver o enigma em 3,47 segundos.
O número mágico, ou a menor quantidade possível de movimentos para resolver qualquer configuração do cubo, é 20.
Eita
Recomendação da semana: The Boys na Amazon Prime. A série baseada nos quadrinhos do mesmo nome imagina um mundo em que os super-heróis não são mocinhos como vemos nos filmes da Marvel. Apesar de salvar o mundo algumas vezes eles tocam sua própia agenda baseada em cobiça, inveja e impunidade. Billy Butcher e seu grupo são os únicos contrários à essa agenda.
Recomendo a série mas aviso que ela é extremamente gráfica e violenta. Não recomendo para quem não gosta de filmes estilo Quentin Tarantino com bastante suco de tomate na tela.
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O Insight é meramente informativo, não configurando como relatório de análise nem como recomendação de investimento.
Até tu Trump ?
Parabéns, adoro a forma como você se coloca